sábado, 5 de maio de 2012

Futebol, cultura, turismo e (falta de) comunicação


A Região das Vertentes não vai receber delegações ou sediar jogos de futebol na Copa de 2014, mas será receptadora de grande fluxo de turistas que, mais do que bola em campo, percorrerão o Brasil em busca de atrativos que fujam ao aspecto esportivo. Isso sem falar na Copa das Confederações que já acontece em 2013.
E se ao longo do ano o fator “turismo” é pauta recorrente em decisões administrativas e questões de gerenciamento para arrecadação de renda e investimentos governamentais, a saga tem se mostrado ainda mais intensa a pouco mais de dois anos do maior evento futebolístico mundial que, de quebra, funcionará como termômetro para as Olimpíadas de 2016. Se em grandes pólos como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte as atenções estão voltadas para sistemas de transporte, aeroportos, hotéis e estádios, por aqui a lista de tópicos a serem trabalhados exige mais estratégia do que estrutura e investimentos milionários.
É na culinária, no resgate histórico, no patrimônio já existente e no visual urbano que os esforços estão centralizados, reestruturando ou propondo novas visões de cenários e costumes com toques gerenciais e de administração por resultados. E isso é notável.
Em São Tiago, por exemplo, o tradicional café com biscoito não estará espalhado pelas pequenas fábricas, aguardando a festa anual para aparecer mais. A partir de hoje, 5, um receptivo turístico montado em praça pública vai ser atrativo extra reunindo produtores, delícias, artistas locais e turistas na área central, onde um forno funcionará o ano inteiro. O projeto é resultado de parceria entre o Governo do Estado e a prefeitura da cidade. A partir de agora, conta com o apoio da iniciativa privada.
Além disso, para se inspirar em cases de sucesso, o seminário de Gestão Empresarial trouxe experiências de Gramado, no Rio Grande do Sul, para as Vertentes, lembrando que promoções culturais atrativas não se restringem a calendários especiais, mas ao dia a dia dos municípios, consolidando história, tradição e arte apresentadas durante todo o ano. Exemplo disso é o projeto Palco Itália, que já passou por São João e repete a visita, abrangendo ainda cidades como Belo Horizonte, Ibirité, Ouro Branco, Ouro Preto, Curitiba e Porto Alegre.
Mas nem todas as iniciativas são aceitas por todos. Em São João del-Rei, um decreto para retirada e substituição de placas no Centro Histórico e entorno do município tem dividido opiniões e, com resistência de alguns em uma novela longa que já se arrasta desde o final do ano passado, chega a seu ápice com a aplicação de multas estipuladas em R$15 mil para os comerciantes que não cumpriram as determinações do documento. Alguns, inclusive, já acionaram a Justiça.
Entre polêmicas e realizações abraçadas de forma abrangente, é importante lembrar que a efetividade de projetos, programas ou propostas demanda, além de boas ideias, investimentos e busca de resultados, esforços coletivos que incluem comunicação e discussão entre instituições envolvidas.

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